sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

sexta-feira, 13 de julho de 2012

It's only rock n roll.



Não, não saberia explicar. É como quando você se senta em um banco qualquer, num canto escondido ou quando dirige por caminhos diários e entediantes sem saber como foi que chegou ali. E nada mais ao redor é percebido ou sentido. Somente se ouve. Um som perdido de uma construção aqui e ali. Do trânsito infernal, dos cachorros que latem. Tudo é a abafado por um som que entra na alma e desperta algo a muito adormecido. Algo que entorpece, vicia e que com um simples fechar de olhos se pode sentir.
Não, não falo sobre um sentimento. Ou talvez fale. Se se pode sentir a musica, se pode vive-la. Se se pode  viver o rock, se pode representá-lo.
Nada supera a sensação proporcionada por um fone de ouvido. Nada supera o ecoar de um solo em meio a discussão do mundo lá fora. Chega a ser cômica a sensação de ver as pessoas falando mas não ouvi-las por simples opção. Autismo musical, quem nunca?!
Não, não falo simplesmente sobre a musica ou sobre o que a geração coca cola chama de música. Falo sobre o underground, sobre o grunge, sobre o heavy, o metal, o indie, o rock.
Sobre o que move toda uma geração anos 90 que sobrevive em meio aos avanços de um mundo e busca no passado as melodias perfeitas, de todos os jovens de 27 anos que não viveram para contar a história, mas que criaram algo que ainda vive.  Uma geração de heróis que morreram de overdose. E uma geração que mal nascia enquanto esses gênios incompreendidos criavam, trabalhavam ou simplesmente acordavam in the mood for a new classic... in the mood for rock n roll...
Saudade da época que o rock ainda continha a essência do rock. Que o significado de um dia como esse era mais do que simplesmente um vídeo de sua banda favorita. Que o que se pregava era o valor de “hold your hand”. Retrocesso. Visível mesmo com a pouca desta que por ora subscreve.
Viver o rock, sem restrições e frustrações. Sem modismos  e falsas perspectivas. Sem voz de controle.
O rock é muito mais do que um simples gênero musical. É muito mais do que uma musica bem trabalhada, que realmente diz algo que o mundo precisa ouvir e que somente por existir desbanca os tcherere tche tches e tantas outras onomatopéias que massacram a audição.
Chamem-nos prepotentes. Chame-nos cheios de si.  Chamem-nos que iremos ressaltar o pouco que ainda sobrou do rock n roll. E diremos após uma guitarra que gentilmente chora  e um cheiro de espírito adolescente o que é o rock e o que ele é capaz de fazer.
It’s only rock n roll... but I like it.



terça-feira, 12 de junho de 2012

como devia estar.


"Beatles, é?"
A vantagem de ser absurdamente musical é as vezes conhecer alguém perdido por aí.
E imaginar que com uma banda qualquer dos anos 60 pode se ter um pretexto pra conhecer mais pessoas por aí.
Mesmo que no final do dia você decida que já conheceu pessoas o suficiente.
É pensar que quando você resolveu que iria parar de procurar um motivo pra ser feliz, ele aparecer na sua porta abrindo o coração após dois copos de um etílico qualquer.
É dificil acreditar que alguém possar ser tão igual a você e te completar em cada mínimo detalhe. Assusta. Empolga.
E a gente torce sem saber, pensa sem querer, distrai a cada instante só por se entreolhar. Esperando que aquela droga de relógio corra apressado pra poder se ver. Ver você subindo com preguiça aquelas escadas com um ou outro all star furado e um sorriso quando diz "e ae, brother!" rs.
Anseio pelos 15 minutos que passam como segundos quando estou ao teu lado. Fica complicado decidir o que fazer.
Se te beijo, se te sinto, se te ouço ou se me entrego de vez com aquele Radiohead na playlist.
Anseio pelo seu cheiro suave em minhas roupas surradas de grunge frustrado.
Anseio por uma vida tranquila no castelinho da esquina, com móveis substituídos por livros, por que não?!
Anseio que vem com um certo medo. Medo de perder o que a pouco conquistei.
E luto através das dificuldades desses dias, desses finais de semana distantes e contra a saudade que me invade a cada instante.
E se amar for mesmo isso tudo, te amo hoje, amanhã e sempre. Até que se funda o motor desse hot wheels.

domingo, 10 de junho de 2012

Persistência


Persistência não deveria ser um defeito.
Há muito me disseram que a chave para se conseguir o que se almeja na vida seria correr atrás, insistir até que seu objetivo se renda e você prove o gosto da vitória.
O caminho, porém, a se percorrer parece pior quando se observam os buracos da estrada e o tempo da viagem.
Persistência exige paciência. De esperar, aguardar pelo momento certo de dizer a frase que talvez mudaria completamente o sentido de tudo. Paciência para enfrentar as noites frias e os dias silenciosos ansiando pela calmaria de um abraço.
Exige-se ainda força pra combater as diferenças e semelhanças entre passado e futuro
e para nadar contra a ressaca dos rastros deixados pela tempestade.
E por falar em cansaço, o problema em ser persistente é o desgaste que tal característica trás consigo. Às vezes aparento mais do que sou. Até porque viver exige mais do que fingir. 
Finjo um sorriso aqui e ali, pra esconder a falta que me faz tua presença e aguardo até que a segurança te invada ou até que a saudade seja maior do que os problemas.
Bato a porta, chamo, grito a plenos pulmões para que você me deixe entrar em uma casa que já se tornou minha. Em um coração que bate lindamente descompassado.
Descansa, criança. Eu não tenho pressa de viver.
Persisto. Parto-me. Mas o que é a vida sem os milhares de cacos deixados pelo chão?!


I won't give up on us
Even if the skies get rough
I'm giving you all my love
I'm still looking up
And when you're needing your space
To do some navigating
I'll be here patiently waiting
To see what you find..."

domingo, 3 de junho de 2012

Sobre Poesia e Rock 'n Roll


Numa dessas conversas de botequins ou mesmo numa dessas idas ao porão
a vida resolveu brincar comigo. Parece que foi ontem - e talvez tenha mesmo sido - que me deparei com um rosto perdido em meio a multidão e encontrado em meio a um rock melódico e progressivo.
E como todo encontro de rock o mosh não poderia  faltar. Mosh que bagunçou com o que eu sinto.
Levei um soco que me acordou pra vida, levei um susto que me fez perder o sentido. E até onde imagina nossa vã filosofia, a reciprocidade com aparência de verdade veio de encontro a mim. Se sentir viva, se sentir bem as vezes é uma morfina pra tentar amenizar erros de um passado que bate a porta, que assombra.
E tanto eu quanto você apostamos fichas nesse jogo e dizemos pro garçom que passa "manda ai mais uma dose". Felicidade é entorpecente. Felicidade momentânea é viciante.
Mas é como um chocolate meio amargo: é bom, mas sempre vai sobrar um pedaço.
Se o rock te transforma e te faz querer voar, gritar e viver porque não viajar em um acorde e desfrutar
de cada melodia em paz?!
Talvez porque o que nos limita talvez seja aquilo que realmente queremos. 
Ou talvez porque talvez seja complicado demais.
Pensar que é irrelevante é simplesmente assumir que na verdade você se importa demais, mas talvez esteja
muito machucado pra continuar tentando.
E se soar poético demais? Porque não um pouco de poesia melodramática? Aquela que te faz reviver os piores sentidos da sua vida e ainda assim te puxa pra perto. Afinal, um pouco de depressão não mata ninguém.
Com o perdão do trocadilho. rs
Tendenciosamente ou não, os melhores conselhos que ouvi sobre tal situação vieram direto do meu passado, que se afastou bruscamente de mim e agora se tornou uma lembrança do que eu preciso esquecer.
E que, honestamente, me faz falta como nada nessa vida já me fez.
E nesse jogo de palavras e músicas a solução se torna cada vez mais distante.
Ridiculamente envolventes. Sol e lua. Entre poesia rock n roll... eu resolvi viver em paz.

Algumas coisas já não fazem tanto sentido.
Não sem a emoção e desespero de um coração disparado toda vez que sequer pensava
naqueles dias em que passamos juntas. Ou seriam anos?
Sentir falta de um passado tão presente é como um karma.
Um dia sim, um dia não... um dia nunca mais..
Eu bem que poderia esvaziar meu coração e quem sabe umas gavetas e outras de fotos
lembranças e sentimentos.
Nada mais faz sentido quanto a televisão não te distrai. Nem os jogos de futebol antes tão ansiados.
Nem os programas de auditório do domingo outrora tão gargalhados e compartilhados.
Quando os livros se tornam visões embaralhadas de historias vividas por personagens
mais vivos do que você.
Quando me foge a concentração pras doutrinas problematicas e a vontade de sentenciar
vidas de estranhos. Estranhamente mais próximos do que você de mim, já que agora só
o que tenho são sinais ao longo do dia de como quem diz "eu estou aqui mas não me procure".
Me resta fitar o teto  enquanto me jogo nos lençóis que ainda contém teu cheiro de uns dias atrás, agora misturado com o dos cigarros que fumo sem parar e que você tanto odeia.
Fitar minha vida frente a frente com a saudade e com minhas milhares tentativas de te ter
de volta pra um dia na cama, pra uma vida na brisa e por um carinho escondido nas
madrugadas.
Nada mais do que o resumo do que não posso mais sentir.

quinta-feira, 3 de maio de 2012


A necessidade de liberdade nunca fora tão iminente. Incentivado pelos livros, músicas e viagens loucas
de drogas que nao sabe mais quais são, parte-se em buscar daquilo que realmente importa.
Mas o que importa ainda é um ponto por se descobrir, ou ainda por ser deixar levar. Incógnita exclamativa do ser.
Entre os contornos e contra-razões da vida, tudo e nada se confundem. "Porque" e "para que" são perguntas frequentes. E quanto mais se questiona, menos respostas se tem. A duvida que paira no ar e a confusão entre dois mundos tão distintos e ao mesmo tempo tao complementares faz com que ele se perca e se ache. Um mundo durante a semana e outro mundo, seu mundo, durante as horas de ócio.
Preso a questoes civis e a regras e ordenamentos os quais tem absoluta certeza de que só ali foram postos como formas de controle. A prisão a que se refere em suas linhas é muito mais do que aquela do senso comum. Uma prisão artificial de seus pensamentos e alma. De seus medos e fantasias...
Em um outro mundo, em outro país  no qual reine a vontade de algo maior. De viver a amizade, o amor, de admirar lugares e esperar um fim de tarde beira-mar - ou seria beira vida?!
Sobresai-se? Busca-se? Inventa-se? Permite-se.


"I leave here believing more than I had
And there's a reason I'll be, a reason I'll be back"