Não, não saberia explicar. É como quando você se senta em um
banco qualquer, num canto escondido ou quando dirige por caminhos diários e
entediantes sem saber como foi que chegou ali. E nada mais ao redor é percebido
ou sentido. Somente se ouve. Um som perdido de uma construção aqui e ali. Do
trânsito infernal, dos cachorros que latem. Tudo é a abafado por um som que
entra na alma e desperta algo a muito adormecido. Algo que entorpece, vicia e
que com um simples fechar de olhos se pode sentir.
Não, não falo sobre um sentimento. Ou talvez fale. Se se
pode sentir a musica, se pode vive-la. Se se pode viver o rock, se pode representá-lo.
Nada supera a sensação proporcionada por um fone de ouvido.
Nada supera o ecoar de um solo em meio a discussão do mundo lá fora. Chega a
ser cômica a sensação de ver as pessoas falando mas não ouvi-las por simples
opção. Autismo musical, quem nunca?!
Não, não falo simplesmente sobre a musica ou sobre o que a
geração coca cola chama de música. Falo sobre o underground, sobre o grunge,
sobre o heavy, o metal, o indie, o rock.
Sobre o que move toda uma geração anos 90 que sobrevive em
meio aos avanços de um mundo e busca no passado as melodias perfeitas, de todos
os jovens de 27 anos que não viveram para contar a história, mas que criaram
algo que ainda vive. Uma geração de
heróis que morreram de overdose. E uma geração que mal nascia enquanto esses
gênios incompreendidos criavam, trabalhavam ou simplesmente acordavam in the mood for a new classic... in the mood
for rock n roll...
Saudade da época que o rock ainda continha a essência do
rock. Que o significado de um dia como esse era mais do que simplesmente um
vídeo de sua banda favorita. Que o que se pregava era o valor de “hold your
hand”. Retrocesso. Visível mesmo com a pouca desta que por ora subscreve.
Viver o rock, sem restrições e frustrações. Sem
modismos e falsas perspectivas. Sem voz
de controle.
O rock é muito mais do que um simples gênero musical. É
muito mais do que uma musica bem trabalhada, que realmente diz algo que o mundo
precisa ouvir e que somente por existir desbanca os tcherere tche tches e
tantas outras onomatopéias que massacram a audição.
Chamem-nos prepotentes. Chame-nos cheios de si. Chamem-nos que iremos ressaltar o pouco que
ainda sobrou do rock n roll. E diremos após uma guitarra que gentilmente
chora e um cheiro de espírito
adolescente o que é o rock e o que ele é capaz de fazer.
It’s only
rock n roll... but I like it.
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