sexta-feira, 13 de julho de 2012

It's only rock n roll.



Não, não saberia explicar. É como quando você se senta em um banco qualquer, num canto escondido ou quando dirige por caminhos diários e entediantes sem saber como foi que chegou ali. E nada mais ao redor é percebido ou sentido. Somente se ouve. Um som perdido de uma construção aqui e ali. Do trânsito infernal, dos cachorros que latem. Tudo é a abafado por um som que entra na alma e desperta algo a muito adormecido. Algo que entorpece, vicia e que com um simples fechar de olhos se pode sentir.
Não, não falo sobre um sentimento. Ou talvez fale. Se se pode sentir a musica, se pode vive-la. Se se pode  viver o rock, se pode representá-lo.
Nada supera a sensação proporcionada por um fone de ouvido. Nada supera o ecoar de um solo em meio a discussão do mundo lá fora. Chega a ser cômica a sensação de ver as pessoas falando mas não ouvi-las por simples opção. Autismo musical, quem nunca?!
Não, não falo simplesmente sobre a musica ou sobre o que a geração coca cola chama de música. Falo sobre o underground, sobre o grunge, sobre o heavy, o metal, o indie, o rock.
Sobre o que move toda uma geração anos 90 que sobrevive em meio aos avanços de um mundo e busca no passado as melodias perfeitas, de todos os jovens de 27 anos que não viveram para contar a história, mas que criaram algo que ainda vive.  Uma geração de heróis que morreram de overdose. E uma geração que mal nascia enquanto esses gênios incompreendidos criavam, trabalhavam ou simplesmente acordavam in the mood for a new classic... in the mood for rock n roll...
Saudade da época que o rock ainda continha a essência do rock. Que o significado de um dia como esse era mais do que simplesmente um vídeo de sua banda favorita. Que o que se pregava era o valor de “hold your hand”. Retrocesso. Visível mesmo com a pouca desta que por ora subscreve.
Viver o rock, sem restrições e frustrações. Sem modismos  e falsas perspectivas. Sem voz de controle.
O rock é muito mais do que um simples gênero musical. É muito mais do que uma musica bem trabalhada, que realmente diz algo que o mundo precisa ouvir e que somente por existir desbanca os tcherere tche tches e tantas outras onomatopéias que massacram a audição.
Chamem-nos prepotentes. Chame-nos cheios de si.  Chamem-nos que iremos ressaltar o pouco que ainda sobrou do rock n roll. E diremos após uma guitarra que gentilmente chora  e um cheiro de espírito adolescente o que é o rock e o que ele é capaz de fazer.
It’s only rock n roll... but I like it.



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